sábado, 11 de outubro de 2008

Selo Virtual - Premio Dardos


Eu recebi este selo virtual, tanto pelo Boteco quando pelo "Fotolog da Ju" de meu amigo virtual Thymonthy:
http://www.thymonthy.blogspot.com

A quem agradeço de coração por ter gostado de meus textos e se lembrado de mim
:)

Dedico este selo a todos vocês que leem meu blog, comentando ou não!
E também aos tantos amigos e conhecidos (de internet ou não) que, com seus diálogos inusitados, ajudam a ispirar os posts!
Continuem bebendo assim, galera! ;)


Informações sobre o Prêmio Dardos:
“Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web. Quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. exibir a distinta imagem;
2. linkar o blog pelo qual recebeu o prêmio;
3. escolher os amigos de outros blogs que mereçam ser premiados pelo Prêmio Dardos.”

ENVIO ESTE SELO AOS AMIGOS VIRTUAIS QUE SE SEGUEM:

http://www.defenestria.blogspot.com/

http://chacomigo.blogspot.com/

http://ehissoaih.blogspot.com/

http://gambiarte.blogspot.com/

http://edsonbasilio.blogspot.com/

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Todo mundo entende de Psicologia

Entrar para os “campos da Psicologia” é na verdade encadear-se rumo a um enorme campo minado. Sim, porque estamos falando de um domínio vasto de trabalho que, como tal, possui seus pontos seguros e os... digamos... “que ninguém segura”

Entendeu? Entendeu?


Quando o indivíduo (ou indivídua) decide marcar com um X o quadradinho equivalente à “Psicologia” em seu formulário de inscrição do vestibular (como se alguém com 17 anos tivesse reais condições de escolher sua “carreira”, mas enfim, não vamos perder o foco...) toma na verdade a decisão de estudar algo para “se conhecer melhor”, ou ainda “para ajudar os outros”...
Ninguém admite inicialmente que quer ganhar dinheiro...

Mas enfim, “mantenha o foco, Ju; mantenha o foco...”

Sobre o “se conhecer melhor”, não vou comentar nada... acho que é o tipo de coisa que dá pano pra manga... ou melhor, pra post!

Mas sobre o “ajudar os outros”...
Acho até louvável esse tipo de pensamento, principalmente quando ele se torna uma atitude depois da formatura, e não fica apenas no discursinho demagógico pré-fabricado. Tive a oportunidade de trabalhar com clínica com pessoas carentes, e é surpreendentemente delicioso!

Mas isso não deixa de ser uma praga!
Tão ruim quanto você se apresentar como psicólogo e logo escutar aqueles discursinhos de “que legal, você entende as pessoas”... é o discurso do “Todo mundo é meio psicólogo por dentro, não é?”

Todo mundo acha que sabe algo de Psicologia... desatam a falar coisas que viram na TV, nos programas de fim de semana, ou que leram em um livro de auto-ajuda, que obviamente foi emprestado por um amigo (ninguém assume comprar essas... essas... esses livros...)

Conversa vai, conversa vem... e soltam a pérola “você, que é psicólogo, deve saber explicar melhor isso”...
E todos os olhares se direcionam a você...
Mas antes mesmo de você se pronunciar, atendendo aos “pedidos” ou não, o grupo começa a distribuir pérolas...
São coisas que leram alguma vez em uma crônica famosa, ou contos de internet, no livro que comprou pro filho... Não importa! Mas sempre põem o coitado do Édipo no meio... seja qual for o assunto.

Parece que o Complexo de Édipo virou um modo de “entrar na conversa pela metade e conseguir se manter por lá”...

Quando você para e respira, nota então a roda inteira está dando suas opiniões dignas de boteco e você se sente deslocado, num assunto em que, pasme, quando começou, era você o centro das atenções...

A tese em que me apóio é: o mundo não quer psicologia, quer psicologizar!

“Tudo é psicológico”
E todo mundo entende alguma coisa...

Afinal, de psicólogo e louco, todo mundo tem um pouco...

Como dizem, “uma vez psi... psi até morrer”


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Agradecimentos ao Humanando pela conversa no msn que rendeu este post! :)


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03 de outubro de 2008
Não resisti em postar este complemento:
Um amigo de internet quis comentar sobre meus poemas, em outro blog. Até aí, tudo bem, mas como eu não tinha entendido muito bem o que ele disse, perguntei:
JuKiara: nossa! o que te fez pensar assim?
Amigo: bem, é porque eu também sei enxergar por dentro das pessoas!
JuKiara: hum...
Amigo: sabe, acho que tenho algo como Psicólogo...

Enfim, ainda bem que ele não abriu consultório! Vocês já viram o preço absurdo que estão as bolas de cristal nos dias de hoje, com essa bagunça do Dolar?

domingo, 21 de setembro de 2008

Psicologia de Mídia

Ah, como eu queria aparecer na mídia! Ir no Fandástigo, Regina Bondefaro, Super Bananny e programas desse tipo... Queria poder falar algumas... coff coff coff ...
Bom, dizer que acho isso (muitas vezes, nem sempre, mas na maioria das vezes) uma grande palhaçada...

Ok, ok!
Eu sei que seria linchada pelas mulheres desvairadas em plena função de sua histeria coletiva, mas, deixando de lado essa consideração (zinha), posso aqui confessar que às vezes tenho vontade de ...

...enfim, melhor não...

Já repararam como alguns “Psicólogos da Mídia” que atendem crianças costumam sempre colocar toda a culpa nos coitados dos pais!?

Após cinco minutos de declarações incompletas, extravagantes e deliciosamente exageradas, eis que surge uma voz doce, suave, que toma conta do ambiente...

É Jesus?
Não!
A Psicóloga começou sua explicação...

-- Você precisa dedicar mais tempo ao seu filho, ele precisa de seu carinho, de sua atenção. Você trabalha duro, jornada dupla, e isso é tão difícil... mas a beleza de ser mãe carrega esses belos sacrifícios, que é o contato direto. E é você quem tem que procurar seu filho para passar um tempo com ele! Não espere que ele venha até você, pois ele não tem ainda maturidade para entender a importância disso...

-- Que belas palavras! Que bela mulher! Ela, sim, sabe das coisas! Você viu? Prestou atenção em tudinho o que eu falei! E entendeu exatamente o que eu quis dizer! Nem precisei contar minha vida toda! Ela adivinhou! Ela, sim, entende das coisas!
-- E você viu, que conselhos? Eu sempre te disse, amiga: “você precisa passar mais tempo com o Jr”. Mesmo que você não saiba ajudar o menino na tarefa da escola, pelo menos a presença sua tem que ter, não é mesmo? Ah, amiga! Faz o que a psicóloga pediu!
-- Claro, vou começar hoje mesmo!

E obviamente que tudo funciona! Na primeira semana, pelo menos, quando as idéias estiverem frescas na mente, ou enquanto o problema permanecer o mesmo do que foi “adivinhado” pela sábia Psicóloga...

E sobre resultados a longo prazo?

Espere só o Jr chegar à pré-adolescência, ficar um chato, achar que é gente e passar a sentir vergonha da família!
Quando isso acontecer, é só me procurar! Quem sabe já não serei famosa? ;)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Coisa séria: Nenhuma forma de violência vale a pena

Em matéria intitulada “PF apela à psicologia para algemar” publicada no jornal O Estado de São Paulo de 14 de setembro último, lemos o depoimento de duas psicólogas, pertencentes aos quadros da Polícia Federal, onde afirmam ser justificado o ato de algemar, indiscriminadamente, cidadãos que recebem voz de prisão por agentes da PF. Em que pese o lugar de onde opinam as profissionais- elas próprias parte da corporação policial em pauta- suas idéias e concepções não coincidem com os princípios que orientam hoje o debate da psicologia brasileira em torno do tema da justiça, segurança pública e defesa dos direitos humanos. O Sistema Conselhos de Psicologia ( Conselho Federal e Conselhos Regionais) estão próximos de realizar o II seminário sobre o sistema prisional brasileiro e o papel dos psicólogos. Na pauta ! desse seminário apontamos claramente para a tarefa urgente de tratarmos as políticas criminal, penitenciária e de segurança pública brasileiras como caso de calamidade pública merecendo a preocupação de toda a sociedade. Em nossos cárceres imundos mantemos cerca de meio milhão de seres humanos, preponderantemente jovens e miseráveis, muitos deles sem sentença condenatória e passando por todo tipo de violação de direitos. A violência do Estado, muitas vezes legitimada pela mídia, torna-se recurso natural nas ações de repressão aos atos infracionais.
Ora, algemar sob o argumento de que o estresse torna os sujeitos humanos imprevisíveis é generalizar os fenômenos psicológicos, banalizando sua complexidade. Isso pode acabar por justificar a transformação de uma ação de prevenção em ato de ostentação de força e violência onde o sujeito abordado pode tornar-se vítima de humilhação social. Esse efetivamente não deve ser o papel da PF que tem demonstrado seriedade e cautela nas operações que todos acompanhamos nos últimos tempos. O uso da violência desqualifica sua conduta profissional, perdendo credibilidade social e o respeito dos cidadãos que acreditam nos princípios democráticos.
O Conselho Federal de Psicologia, em sintonia com a campanha das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, acredita que NENHUMA FORMA DE VIOLÊNCIA VALE A PENA.

Humberto Verona
Presidente do CFP


Esta matéria foi publicada no site Psicologia Online e merece ser publicada neste blog...
Afinal de contas, em botequim a gente também fala coisa séria...
... de vez em quando...

domingo, 7 de setembro de 2008

Psicanalistas, neo-psicanalistas e suas expressões pornográficas...

Ah, o finzinho da tarde de domingo...
Há momento mais depressivo que este na semana?
Ainda não é segunda-feira, então não há do que reclamar... Ao mesmo tempo, já não posso dizer que estou em pleno fim de semana: qualquer atividade que se iniciar neste momento deverá ser coitamente interrompida pelo “vamos embora, amanhã acordo cedo para trabalhar”.
Então, para quem acha que Happy Hour é coisas sem sentido, pode começar a mudar de idéia, pois eis um bom motivo: não há momento melhor para convidar para uma atividade com hora para terminar aquelas pessoas que, por mais que se tenha afeição, você não conseguiria ficar na companhia por muito tempo por um motivo ou outro, e não tem coragem de pedir para ir embora mais cedo e se livrar logo do papo chato...
Mas, como mesmo uma simples “hora feliz”  também pede uma sessão terapêutica, tem sempre alguém que solta a pérola: tive um sonho estranho por estes dias... quer ouvir?
“Não, não quero... estou no meu finzinho do final de semana e não quero pensar nessas coisas agora...” (penso, enquanto sorrio)
Mas eis que minha companhia psicanalista fala entusiasmada, para meu interno desespero: “quero”.
E a história começa... pessoas aparecem, coisas somem, gente que vira coisa, coisa que vira gente... e mais gente aparece do nada... ou seja, um sonho realmente maluco...

Ah, como é bom ser cognitivista: o sonho não tem o mesmo valor que para a Psicanálise... mas é uma delícia ouvir e poder depois tirar minhas conclusões, geralmente as mesmas de minha amiga, mas que botam menos medo quem ouve... afinal de contas ouvir “essa pessoa penetrando no seu sonho... indica que você não gosta de invasões... e ele te invadiu... não penetrou somente no seu sonho, mas em você” parece pornográfico demais...
Por outro lado... “cara, sinceramente, presta atenção... você está voltando pra seu ex-marido, não está? Então, um monte de sentimentos que você já achava que tinha se perdido estão voltando "assim, do nada"... Você tem tido dificuldade para trabalhar, não tem, porque “do nada” você se pega pensando nessas coisas, não é? Então, é isso que está “te invadindo”...
Faz mais sentido e bota menos medo, não acham...
Ah, a Psicanálise e seus temos pornográficos...

domingo, 31 de agosto de 2008

Bem vindo ao Psicologia de Botequim

Antes de mais nada: sim, sou Psicóloga.

Mas não acho relevante dizer onde me formei e quando, ou ainda qual linha de trabalho eu sigo, por mais que meus textos me denunciem, afinal de contas não acredito nessa história de “terapia virtual”. Todo o conteúdo deste site, ou quase todo, será composto por temas gerais, provavelmente construídos a partir de uma situação vivida por mim, mas “modificada” para respeitar as histórias originais. Elas podem até dizer respeito à Psicologia Pura, Aplicada ou Científica, mas serão tratadas de uma forma sarcástica e ironicamente direta.

Há somente duas situações que eu arrisco dizer que são proveitosas para, pleonasticamente, um psicólogo discutir Psicologia: no meio acadêmico e em congressos.

No meio acadêmico são trocadas experiências; veteranos ajudam os seus “calouros” nos trabalhos; todo mundo estuda como um maluco, mesmo que seja para fazer “a prova que vai começar daqui a 10 minutos” ou para escrever mais coisas em seu projeto de pesquisa...

De qualquer maneira, discute-se Psicologia. Sua história; conceitos criados; quais são ainda utilizados; “como fazer”, o que vale a pena, o que descartar; “quem” ler e etc.

Nos congressos temos a oportunidade de, além de viajar com a galera, conhecer novas teorias ou nos aprofundarmos no que há de mais novo sobre a que mais gostamos... Ou ainda escutar o que já sabemos de novo, e de novo e de novo...

Mas mesmo que você vá à praia pela manhã e nos workshops à tarde, somente para conseguir o certificado e incrementar o seu Currículo Lattes porque você está precisando “daquela” bolsa, em pelo menos um minuto você vai prestar atenção em alguma palestra e discutir se concorda ou não com que foi dito. Isso é também discutir Psicologia.

Por outro lado, não há situação mais irritante que você ser apresentado a alguém em uma festa, em um barzinho, no calçadão da cidade enquanto faz compras e encontra um conhecido...

“E então, você trabalha com o que?”

“Sou Psicóloga”

“Olha, que interessante... eu estava mesmo pensando em ir a um psicólogo, sabe...”

Ou ainda...

“Nossa, melhor eu ter cuidado com o que eu digo... Você sai por aí interpretando as pessoas mesmo?”

Ou ainda...

“Ai, menina, tive um sonho tão estranho ontem... (blá blá blá blá)”


Barzinho não é lugar de discutir Psicologia, calçadão não é o cenário ideal para uma terapia, a festa não é lugar para se tirar a bola de cristal da bolsa trabalhar. Messengers não foram feitos para terapia à distância, a academia de ginástica não é adequada para contar “aquela história” e perguntar “e então, o que você achou?”

Mas, como não podemos controlar tais circunstâncias, esses encontros e desencontros fazem parte de nossa vida... e até posso mesmo dizer que nos perseguem...

Enfim... o que mais dizer:

Chama o garçom, pede a cervejinha e a lingüicinha com mandioca e “bora” conversar fiado!