domingo, 31 de agosto de 2008

Bem vindo ao Psicologia de Botequim

Antes de mais nada: sim, sou Psicóloga.

Mas não acho relevante dizer onde me formei e quando, ou ainda qual linha de trabalho eu sigo, por mais que meus textos me denunciem, afinal de contas não acredito nessa história de “terapia virtual”. Todo o conteúdo deste site, ou quase todo, será composto por temas gerais, provavelmente construídos a partir de uma situação vivida por mim, mas “modificada” para respeitar as histórias originais. Elas podem até dizer respeito à Psicologia Pura, Aplicada ou Científica, mas serão tratadas de uma forma sarcástica e ironicamente direta.

Há somente duas situações que eu arrisco dizer que são proveitosas para, pleonasticamente, um psicólogo discutir Psicologia: no meio acadêmico e em congressos.

No meio acadêmico são trocadas experiências; veteranos ajudam os seus “calouros” nos trabalhos; todo mundo estuda como um maluco, mesmo que seja para fazer “a prova que vai começar daqui a 10 minutos” ou para escrever mais coisas em seu projeto de pesquisa...

De qualquer maneira, discute-se Psicologia. Sua história; conceitos criados; quais são ainda utilizados; “como fazer”, o que vale a pena, o que descartar; “quem” ler e etc.

Nos congressos temos a oportunidade de, além de viajar com a galera, conhecer novas teorias ou nos aprofundarmos no que há de mais novo sobre a que mais gostamos... Ou ainda escutar o que já sabemos de novo, e de novo e de novo...

Mas mesmo que você vá à praia pela manhã e nos workshops à tarde, somente para conseguir o certificado e incrementar o seu Currículo Lattes porque você está precisando “daquela” bolsa, em pelo menos um minuto você vai prestar atenção em alguma palestra e discutir se concorda ou não com que foi dito. Isso é também discutir Psicologia.

Por outro lado, não há situação mais irritante que você ser apresentado a alguém em uma festa, em um barzinho, no calçadão da cidade enquanto faz compras e encontra um conhecido...

“E então, você trabalha com o que?”

“Sou Psicóloga”

“Olha, que interessante... eu estava mesmo pensando em ir a um psicólogo, sabe...”

Ou ainda...

“Nossa, melhor eu ter cuidado com o que eu digo... Você sai por aí interpretando as pessoas mesmo?”

Ou ainda...

“Ai, menina, tive um sonho tão estranho ontem... (blá blá blá blá)”


Barzinho não é lugar de discutir Psicologia, calçadão não é o cenário ideal para uma terapia, a festa não é lugar para se tirar a bola de cristal da bolsa trabalhar. Messengers não foram feitos para terapia à distância, a academia de ginástica não é adequada para contar “aquela história” e perguntar “e então, o que você achou?”

Mas, como não podemos controlar tais circunstâncias, esses encontros e desencontros fazem parte de nossa vida... e até posso mesmo dizer que nos perseguem...

Enfim... o que mais dizer:

Chama o garçom, pede a cervejinha e a lingüicinha com mandioca e “bora” conversar fiado!